Princesa, Andréa, Rainha, Marinete

Foste aquela que vieste para nós na madrugada
E, com teu choro forte, anunciaste a tua vinda
Receba, então, o nosso abraço, menina, és tão meiga
Não deves chorar, não deixaremos, para continuares linda
Ai de quem te magoar, nosso escudo de amor vai te proteger
Nossa vida é tão ligada à tua criança, mas eu não sei
Do que fazer, para alegrar, passo a passo, teu caminho
Aquilo que é melhor para ti, ainda não encontrei

Mas vai brincar, é a tua infância que não deves perder
Algum dia, lembrarás desses belos dias com ternura
Cheia de vida, hoje, estás, sempre assim, sei que vai ser
Há, nos teus modos inquietos, um mundo de doçura
A luz sempre brilha nos teus olhos e, quando a tristeza
De algum algum modo, chega, pouco fica, para longe logo se vai
O teu olhar humano, muito forte, é a tua maior riqueza

Deixa que o vento brando afague a tua face, criança
E te conte histórias lindas, para sonhares sempre com a esperança

Sei que não somos iguais a ti, porque, melhor, já és
Olhar, simplesmente, tua meninice aquece nosso coração
Um passo, se houver, um passo errado ou um revés
Zelarei para que, novamente, caminhes, pois não ficarás ao chão
Aquilo que de bom puder achar, coloco sempre a teus pés.

(Martim Afonso de Souza, década de 1980)